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A Paz dos Vencedores: Como o Nobel Virou Ferramenta de Guerra Ideológica

  • Foto do escritor: Heitor Aragon
    Heitor Aragon
  • há 2 horas
  • 3 min de leitura

Como o prêmio que deveria celebrar a paz virou ferramenta de propaganda e diplomacia ocidental O Nobel da Paz fala em direitos humanos, mas distribui aplausos estratégicos. Entre troféus e manchetes, quem realmente sofre continua sem palco — e a “paz” se transforma em mercadoria política.

O prêmio que fala em paz, mas age como OTAN



O Nobel da Paz é aquele tipo de prêmio que parece ter nascido pra equilibrar o karma do Ocidente. Depois de séculos de colonização, guerras, golpes e invasões, eles criaram um troféu pra premiar “quem faz o bem” — desde que o bem venha com selo da Noruega e aprovação de Washington.


Todo ano, o comitê do Nobel se reúne pra decidir quem vai ser o novo rosto da “democracia” global — e a regra é simples: precisa enfrentar um governo que não segue o manual de Washington. No fim das contas, é quase um reality show geopolítico: ganha quem apanha do “inimigo certo” e agrada o público da OTAN.


Premiar Maria Corina Machado segue o mesmo roteiro. A mulher foi inabilitada, processada e tratada como símbolo da resistência, mas o Nobel não tá preocupado com o povo venezuelano nem com a paz real — tá preocupado em mandar um recado. Um recado político, bonito, limpo, que cabe num tweet: “o Ocidente ainda manda aqui”.


A paz virou marketing, e o Nobel é a agência de publicidade. Eles falam de direitos humanos com uma mão e assinam sanções com a outra. Enquanto isso, a galera que realmente luta por comida, moradia e soberania continua sem prêmio, sem palco e sem hashtag.


No fim, o Nobel da Paz virou o PowerPoint da diplomacia ocidental: cheio de slides sobre esperança, mas sempre patrocinado pela indústria bélica.


Maria Corina Machado: a heroína que Wall Street aplaude



Maria Corina Machado é o tipo de personagem que o Ocidente adora transformar em mártir: uma mulher “sozinha contra a ditadura”, com discurso sobre liberdade e democracia, mas sempre de terno alinhado e com os mesmos valores do mercado financeiro. Na Venezuela, ela representa a oposição liberal que sonha em voltar aos anos 90 — quando o país ainda era o playground das elites locais e o petróleo obedecia à bandeira certa.


Pra imprensa internacional, ela é quase uma mistura de Joana D’Arc com a Margaret Thatcher tropical. O problema é que por trás do figurino de resistência, tem uma agenda econômica que faria o FMI sorrir. Privatizações, livre mercado, alinhamento automático com Washington — o pacote completo da “nova democracia” venezuelana.


Machado foi inabilitada por 15 anos, acusada de conspirar com potências estrangeiras e de usar sua candidatura como instrumento de desestabilização. Mas nada disso importa quando o império precisa de uma nova heroína. É aí que entra o Nobel da Paz: não como reconhecimento de uma luta real, mas como ferramenta de marketing político.


Enquanto o povo venezuelano enfrenta inflação, escassez e sanções impostas justamente pelos países que agora aplaudem Machado, o Ocidente distribui prêmios como quem distribui perdões — desde que você repita as palavras mágicas: “liberdade, livre mercado e democracia representativa”.


Maria Corina é a paz versão Wall Street: fala em liberdade, mas só pra quem pode pagar por ela.

A paz como mercadoria



No fim, o Nobel da Paz é só mais uma vitrine do capitalismo global — um produto bonito, vendido em embalagem de moralidade nórdica, mas feito com o suor e o sangue dos mesmos povos que ele finge defender. O prêmio não celebra a paz, celebra a narrativa da paz: aquela que cabe em manchetes, rende discursos e garante palmas em Oslo.


A “paz” do Nobel é a paz dos vencedores. A paz que exige submissão, não justiça. Que aplaude quando governos se abrem pro capital, mas se cala quando tanques atravessam fronteiras em nome da “democracia”. É a paz que não incomoda o investidor, não assusta o diplomata e não muda a estrutura que produz guerra, fome e desigualdade.


Enquanto o mundo arde — da Palestina à Ucrânia, do Congo à Amazônia — o comitê norueguês segue premiando símbolos convenientes, pra que o Ocidente possa dormir em paz com a própria consciência. O Nobel da Paz é o tapinha nas costas do império depois de mais um bombardeio “em defesa dos direitos humanos”.


No fim das contas, a paz deles é só o intervalo entre duas guerras.


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