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O fascismo que anda sem farda — do clássico ao digital, da Itália a Santa Catarina

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • há 12 horas
  • 16 min de leitura

(Ensaio – Projeto 08: Movimento Antifascista / Jeser Batista*)

Jeser Batista. Ativista Anti fascista, político sem mandato e editor do canal Notórios Bastardos - política sem vergonha


Prefácio

Este ensaio nasce de uma urgência que ultrapassa o individual: a emergência temporal da amplitude que o fascismo tomou, tanto no Brasil quanto em Santa Catarina. No passado, seus discursos apareciam como caricaturas, escondidos em nichos sociais, como no caso da personagem Odete Roitman, de 'Vale Tudo'. Hoje, milhares de 'Odetes' têm se multiplicado, envenenando os ambientes comunicacionais com discursos fascistas que alienam e corrompem.

O fascismo não é apenas uma ideologia política autoritária, mas uma ferramenta ideológica e tecnológica. Ele é utilizado para alienar, distrair e desorientar populações, sendo sempre instrumentalizado por grupos econômicos e políticos ultraconservadores. Essas lideranças, frequentemente carentes de conceitos éticos, políticos e civilizacionais, utilizam o fascismo como estratégia para consolidar poder à custa da dignidade coletiva.

Este ensaio é um gesto inicial, uma porta de entrada ao tema. Seu propósito não é ser um texto profundo, mas sim reativar memórias e fomentar reflexões. Ele busca oferecer caminhos para quem deseja se aprofundar no assunto, indicando referências que sustentam sua construção. Pensando na acessibilidade e nas barreiras que muitos enfrentam para se concentrar e absorver conteúdos complexos, este texto foi elaborado como um manifesto político e não literário. Ele é um convite à ação e à conscientização. Porque é preciso falar - e falar de todas as formas possíveis: o fascismo é um mal para a humanidade, e deve ser combatido.


Introdução


Este ensaio nasce da urgência. Mas não da urgência apressada — e sim daquela que se constrói ao longo do silêncio, do incômodo e da análise. É um ensaio sobre o fascismo — mas, acima de tudo, é um ensaio contra o apagamento da verdade.

Vivemos um tempo onde os discursos autoritários se disfarçam de senso comum. Onde o medo é vendido como proteção, a mentira como opinião, e a ignorância como liberdade. Neste cenário, falar sobre fascismo não é apenas uma escolha política — é uma responsabilidade ética.

O texto que o(a) leitor(a) tem em mãos é uma proposta de enfrentamento: contra a manipulação, contra o moralismo seletivo, contra o ódio organizado em nome de valores que foram esvaziados de sentido.

Mas este ensaio não quer ser apenas denúncia. Ele quer ser ferramenta.


⚠️ Sobre a apresentação e a linguagem visual do texto

A estrutura deste ensaio foi pensada para ser lida em tempos líquidos e acelerados, como diria Bauman. Por isso, ele assume uma estética textual limpa, direta, com pausas visuais e blocos de sentido bem definidos. Essa escolha não é uma simplificação superficial, mas uma decisão de acessibilidade cognitiva. Este texto foi construído levando em consideração que muitas pessoas que pensam profundamente — sobretudo aquelas com TDAH, autismo ou outras formas de divergência neurológica — não conseguem acompanhar textos longos, contínuos e dispersos. Ao invés de dificultar a leitura com erudição desnecessária ou academicismo, optou-se por uma forma que busca ser:

● Mais eficiente na transmissão das ideias;

● Mais justo com quem lê fora da norma tradicional;

● Mais ético na forma como convida o leitor à reflexão.


🔍 A profundidade está aqui — só que organizada de outro jeito

Cada frase, cada estrutura, cada recorte de parágrafo foi elaborado com cuidado, síntese e compromisso com a verdade. Esse esforço de síntese demanda mais tempo e mais consciência do que um texto meramente dissertativo. Porque aqui, não basta dizer: é preciso ser claro. E ser claro é, hoje, um gesto político. Ser claro é ser justo.


✊ O posicionamento ético do autor

Este texto não é neutro. Ele é posicionado — com firmeza, com afeto e com responsabilidade. Não busca vencer leitores pelo argumento, mas ganhá-los pela verdade, pelo compromisso com o comum, e pela honestidade intelectual. Aqui se entende que o conhecimento não é arma de vaidade, mas ferramenta de emancipação. E que a política não deve ser espetáculo de ódio, mas um campo de disputa pela dignidade.

📚 Um estilo próprio — com licença poética

Este texto não é acadêmico no formato, nem deseja sê-lo. Aqui você encontra mais compromisso com o inteligível e com o provocador do que com a tecnicalidade acadêmica. É mais urgente do que formal, mais direto do que adornado, mais claro do que vaidoso.

Enquanto muitos escondem a ausência de conteúdo sob uma erudição desviante — nós escolhemos falar com quem sente, pensa e vive o mundo como ele é. Decidimos criar nosso próprio jeito de escrever. E com a licença poética de José Saramago — que, se estivesse no céu, nos abençoaria e diria, com o sorriso irônico de sempre:

“Ele não sabe o que diz.” (José Saramago, “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”)

Mas saber que não sabe — já é mais libertador do que a condição da grande maioria. E como Saramago mostrou em “Ensaio sobre a Cegueira”, o verdadeiro perigo é quando todos se tornam cegos — mas continuam se guiando como se enxergassem.

O fascismo vive aí, nas mentes atordoadas, nos corpos que buscam aceitação mais do que consciência, nos grupos que se reconhecem não pela verdade — mas pelo medo de estarem sozinhos. Por isso, seguimos escrevendo assim: sem tantas certezas.

“Não tenha tantas certezas das coisas. Pois não ter certeza te liberta, e te faz crescer.” — Jeser Batista

Capítulo 1 – O Fascismo: do uniforme à nuvem de dados


O fascismo que hoje circula em redes sociais, vídeos cortados, canais anônimos e grupos de WhatsApp não nasceu ontem. Tampouco é uma aberração isolada. O fascismo é uma estrutura. Uma forma de poder que muda de roupa, mas nunca de objetivo: eliminar a diferença, controlar o pensamento, apagar o contraditório.

O que foi chamado de “regimes totalitários” no século XX não é apenas um capítulo superado da história europeia. O fascismo continua vivo — não como regime oficial, mas como lógica de funcionamento social e cultural.

Norberto Bobbio, em sua análise clássica sobre as fragilidades da democracia, alertou que regimes autoritários não precisam necessariamente de tanques ou ditaduras declaradas para se instalarem. Basta que o medo seja generalizado, e que a diferença vire ameaça.

“A distinção essencial entre a direita e a esquerda está no modo como cada uma encara a desigualdade.” — Norberto Bobbio, Direita e Esquerda (1994)

O fascismo, assim como todo autoritarismo, se ancora na ideia de que a desigualdade é natural, desejável ou divina. E quando essa mentalidade domina, o Estado de Direito vira Estado de exceção seletiva. A lei só vale para os “outros”. Os privilégios viram destino. A violência, dever moral.

No Brasil, essa estrutura encontrou solo fértil em uma elite colonial, racista e autoritária, como bem apontou Florestan Fernandes ao afirmar que nossa democracia nunca foi de massas — apenas tolerada pelas elites enquanto não ameaçava seus privilégios.

“A democracia no Brasil nunca foi de massas. Ela foi tolerada pelas elites enquanto não ameaçava seus privilégios.” — Florestan Fernandes, A Revolução Burguesa no Brasil

No Sul do país, essa lógica encontrou forma concreta no Integralismo — movimento nacionalista, autoritário e inspirado no fascismo europeu. Com saudação própria ("Anauê"), fardamento verde, culto ao líder e exaltação da “pátria, família e propriedade”, o integralismo teve sua base mais sólida justamente nos estados do Sul e Sudeste, especialmente em Santa Catarina.

Na década de 1930, José Ferreira da Silva, prefeito de Blumenau, era membro integralista. Cidades como Timbó também foram palcos de células organizadas do movimento. O Sul do Brasil, com sua história de colonização europeia e perfil conservador, tornou-se laboratório do autoritarismo simbólico: ordem acima de liberdade, identidade branca acima da diversidade, propriedade acima da vida.

A mesma região que lidera rankings de conservadorismo hoje também tem casos históricos documentados de repressão cultural, autoritarismo silencioso e perseguições políticas. Essa continuidade entre passado e presente não é coincidência.

É projeto.

Como bem lembra Umberto Eco, o fascismo não precisa manter sua forma original. Basta que seus traços essenciais permaneçam ativos:

“O fascismo é eterno. Ele pode voltar sob os disfarces mais inocentes.” — Umberto Eco, Ur-Fascismo (1995)

E hoje ele voltou. Não com botas — mas com emojis. Não com censura explícita — mas com linchamento virtual. Não com campos de concentração — mas com bolhas ideológicas que isolam, distorcem e empurram pessoas para o abismo da desinformação.

A nova face do fascismo é digital, emocional, camuflada, mas seus efeitos continuam sendo reais, violentos e mortais.

“O fascismo não morreu — ele aprendeu a sorrir enquanto te manda calar.” — Jeser Batista


Capítulo 2 – Santa Catarina: o laboratório silencioso do fascismo moderno


Se o fascismo aprendeu a sorrir, em Santa Catarina ele aprendeu também a se esconder atrás do bom comportamento. É nesse estado, historicamente associado à “ordem”, ao “trabalho” e à “gente de bem”, que a estética do autoritarismo se moldou de forma exemplar: branca, ordeira, e “desavergonhadamente” violenta.

Enquanto o discurso nacional se divide entre extremos explícitos, Santa Catarina constrói, em silêncio, uma cultura política onde o autoritarismo é norma, e não exceção. Não há tanques nas ruas, mas há escolas que silenciam o debate. Não há censura oficial, mas há professores que têm medo de ensinar. Não há ditadura declarada, mas há um conjunto de vozes dominantes que tratam o antifascismo como ameaça — e não como defesa da democracia.

📊 Os dados que revelam o que o discurso esconde:

● Santa Catarina foi o estado onde Jair Bolsonaro teve o maior percentual de votos em 2022: 69,27%. Isso não é apenas conservadorismo. É adesão à linguagem autoritária, ao moralismo seletivo, à lógica antidemocrática;

● É também um dos estados com maior número proporcional de grupos neonazistas ativos, segundo pesquisa da antropóloga Adriana Dias (USP, 2021). Há presença digital constante de células neonazistas em cidades como Blumenau, Joinville, Balneário Camboriú, Itajaí e Jaraguá do Sul;

● Casos emblemáticos de violência escolar, ataques a creches, discursos de ódio racial e antifeminismo têm crescido no estado — e são amplamente negligenciados por parte da imprensa local e estadual;

● O estado tem histórico de repressão cultural: em Timbó, por exemplo, houve forte presença integralista na década de 1930. Embora muitos hoje não reconheçam o termo, a herança permanece viva em expressões, atitudes, e na profunda dificuldade da elite local em lidar com diversidade étnica, sexual, religiosa e política.

🔍 A cultura do silêncio e da simulação:

Santa Catarina pratica uma espécie de autoritarismo educado. A violência não é gritada — ela é administrada. Ela aparece:

● Nos cargos públicos ocupados por famílias brancas hereditárias;

● Na distribuição de verbas que favorecem sempre os mesmos;

● Na omissão seletiva sobre casos de racismo, machismo, homofobia e censura.

A elite catarinense é herdeira direta daquilo que Darcy Ribeiro chamou de “branquitude burra” — uma elite que não conhece o país que domina, e por isso prefere calar a diversidade em vez de ouvi-la.

🗣️ Quando o antifascismo é tratado como crime

Nos últimos anos, manifestações antifascistas em SC foram reprimidas, ameaçadas ou ignoradas. Enquanto isso, manifestações golpistas foram toleradas, estimuladas ou até celebradas em espaços públicos e instituições.

Essa inversão moral é um dos sintomas mais visíveis do fascismo contemporâneo:

● Quem defende a democracia é tratado como radical;

● Quem ataca as instituições é tratado como “patriota”.

🌐 O fascismo digital mora em Santa Catarina

O discurso de “valores” em SC alimenta algoritmos que produzem:

● Vídeos sobre “marxismo cultural”;

● Teorias conspiratórias sobre educação sexual;

● Narrativas de que “a esquerda odeia a família e a religião”;

● E claro, o velho bordão: “não sou fascista, sou apenas contra o comunismo”.

Esse conteúdo vira voto. Vira silêncio. Vira poder. E enquanto isso, a realidade segue sendo manipulada por quem se diz defensor da verdade.

✊ O que está em jogo?

Não é uma disputa ideológica. É uma disputa pela consciência coletiva de um estado inteiro.

Santa Catarina não é fascista por essência. Mas está sendo moldada para se tornar um símbolo da nova extrema-direita brasileira. Se não houver reação crítica, antifascista e popular — o silêncio da “ordem” vai continuar encobrindo a violência do medo.

“Enquanto você toma sopa de ódio contra a esquerda, eles roubam o dinheiro público — e você os defende. Você é tão pequeno agora, que tem vergonha de admitir que errou.”. — Jeser Batista.


Capítulo 3 – A manipulação moral e como ferramenta de controle


O fascismo contemporâneo não precisa mais queimar livros — basta espalhar medo. Hoje, o medo é mais eficaz que a censura, mais barato que um exército, mais viral que qualquer ideia real. É através dele que o fascismo moderno se infiltra nas casas, nos grupos de WhatsApp, nas igrejas, nas conversas em família.

A lógica é simples: Transformar qualquer debate sobre direitos humanos em ameaça.

Toda vez que se fala sobre sexualidade, a reação é: “Estão querendo erotizar as crianças.” Se se propõe debater desigualdade racial: “Estão querendo dividir o Brasil.” Ao abordar a violência contra a mulher: “Querem destruir a família.”

Nada disso é novo. É o velho truque do moralismo fascista: manipular a emoção, impedir o pensamento.

📌 A fabricação do inimigo

Para manter o medo vivo, é preciso criar inimigos simbólicos. Por isso, o fascismo de hoje:

● Demoniza professoras e escolas;

● Persegue artistas e cientistas;

● Criminaliza movimentos sociais;

● Ridiculariza intelectuais;

● E transforma qualquer pessoa crítica em “ameaça à ordem”.

Essa estratégia não é um erro — é o projeto. Ela impede que as pessoas vejam quem realmente rouba o dinheiro público, quem destrói os serviços essenciais, quem ataca os direitos sociais.

Enquanto o povo briga com o espantalho, os corruptos saqueiam os grãos do celeiro.

🔎 O Brasil dos dados que quase ninguém quer ver

📊 Crimes sexuais contra crianças:

● O Brasil registra mais de 180 casos de abuso sexual infantil por dia (Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2023);

● Em 80% dos casos, o agressor é conhecido da vítima — pai, padrasto, tio, pastor, vizinho.

🩸 Feminicídio e violência doméstica:

● SC é um dos estados com maior índice proporcional de feminicídio praticado por parceiros íntimos;

● Denúncias crescem, mas proteção real segue falha;

● Em muitas regiões, “mulher de verdade obedece” ainda é um mantra — e não uma crítica.

🛑 Hipocrisia política e religiosa:

● Parlamentares e pastores que vociferam contra “ideologia de gênero” foram acusados ou condenados por estupro, assédio ou violência doméstica;

● Casos emblemáticos como o de Flordelis, pastores bolsonaristas e outros políticos de direita, não geraram indignação moral nas bolhas conservadoras.


🎭 A hipocrisia do conservadorismo que se finge preocupado

Enquanto alguém grita “ideologia de gênero!”, uma criança é estuprada dentro de casa e muitas das vezes, por alguém que carrega uma bíblia.

Enquanto alguém compartilha memes sobre “kit gay”, uma mulher é assassinada pelo marido — e o sistema a ignora.

Enquanto você pede “liberdade de expressão”, professores têm seus nomes expostos, são ameaçados e silenciados.

Esse moralismo seletivo é o que mantém o fascismo funcional: Ele nunca precisa resolver nada — só precisa parecer indignado.

📢 O medo como ferramenta de voto

A manipulação moral tem um objetivo claro: poder.

A extrema-direita venceu e vence eleições, alimentando a ilusão de que só ela pode proteger “as crianças”, “a família”, “a pátria”.

Mas o que ela faz, na prática, é:

● Destruir o SUS;

● Censurar escolas;

● Cortar bolsas e verbas da educação;

● Militarizar periferias;

● Proteger corruptos e empresários desonestos, que a financiam.

E o mais cruel: ensina os mais pobres a se odiarem entre si.

● Faz o evangélico odiar o ateu;

● O branco pobre odiar o negro;

● A mulher machista odiar a feminista;

● O pobre de direita odiar sua condição — e amar quem o explora…

Como escreveu Jessé Souza:

O fascismo brasileiro é, antes de tudo, uma pedagogia da humilhação.

🔦 O que pode romper esse ciclo?

A verdade. Mas não qualquer verdade — e sim aquela que vem com coragem, com escuta e com ternura. A verdade como ato de cuidado. A verdade como desmonte da mentira organizada. A verdade como gesto político de acolher quem foi manipulado — e não humilhar quem errou.

Porque, como já dissemos neste ensaio: o fascismo não combate o mal. Ele se disfarça de moral para proteger seus próprios crimes.

Mas você não precisa mais sentir medo. Você pode aceitar que errou. E será acolhido. Sabe por quem? Pela esquerda. — Jeser Batista


Capítulo 4 – O antifascismo como sanidade política e ética pública


Ser antifascista não é um ato radical. É um gesto de sanidade. Em tempos onde a mentira é regra e a violência é linguagem pública, escolher pensar — e escolher cuidar — virou transgressão. Mas não deveria ser. Defender a democracia, a vida, a diversidade, a escuta e o contraditório não é ser extremista. É ser lúcido. É ser ético. É, antes de tudo, ser: humano.

🧠 A palavra "antifascismo" virou tabu

Durante décadas, “antifascismo” foi sinônimo de civilidade, resistência e coragem. Hoje, é tratado por muitos como “radicalismo”.

Mas o que é, afinal, o antifascismo?

● É dizer não à tortura;

● É dizer não à censura;

● É dizer não ao apagamento das minorias;

● É dizer não ao silêncio quando o grito precisa salvar.

O antifascismo não é ideologia de esquerda. É defesa da humanidade. É dizer sim à democracia com coragem. É assumir a responsabilidade de proteger direitos — mesmo quando eles não são só os seus.

✊🏼O antifascismo começa no íntimo

Ele nasce no silêncio que antecede o grito. Começa quando alguém diz:

“Não vou compartilhar esse vídeo”; “Não vou repetir essa mentira”; “Não vou odiar quem pensa diferente só porque mandaram”.

O antifascismo começa quando alguém vê um meme manipulador e sente vergonha de rir. Quando uma professora recusa o medo. Quando uma mulher diz “isso é machismo”, mesmo num almoço em família. Quando um filho escuta o avô — não para concordar, mas para não deixar que o ódio o leve embora. O antifascismo não começa com protesto. Começa com escuta. E, com decisão!

🛡️Antifascismo é cuidado. É memória. É pacto social

Democracia não é perfeição. Mas é o único lugar onde a mudança não exige sangue. Liberdade de expressão não é permissão para o ódio. A verdade não é arma de vaidade. É uma bússola coletiva.

Ser antifascista é lembrar:

● Que nenhuma ideia vale mais que uma vida;

● Que o diferente é o que mantém o mundo vivo;

● Que proteger quem é atacado nunca será fraqueza — é honra.

🌱 O que fazemos quando resistimos?

Criamos possibilidade. Recolocamos o humano no centro. E o Brasil não é o país do fascismo. Santa Catarina não é só o discurso do ódio. As pessoas não são seus votos. Nem seus erros. Nem seus algoritmos.

As pessoas são seus encontros possíveis.

O antifascismo é o lugar onde a política encontra a compaixão. Onde a luta encontra o abraço. Onde a resistência vira reconstrução.

“Não tenha certeza das coisas, pois não ter certeza te liberta e te faz crescer.” — Jeser Batista

Capítulo 5 – Conclusão: do silêncio à ação


Há um momento em que parar de observar vira cumplicidade. Há um momento em que calar já não é neutralidade — é submissão. Esse momento se chama agora. O fascismo que denunciamos está entre nós. Ele vive nos pequenos gestos de intolerância, nas palavras repetidas sem pensar, no medo de dizer o óbvio:

O mundo está sendo manipulado para que pareça normal o que deveria ser inaceitável.

🌪 Mas há outra força

Ela é menos barulhenta, mas mais firme. Não explode — constrói. Não grita — escuta. Não engana — cuida.

Essa força se chama antifascismo. Mas não como bandeira de guerra.

Antifascismo é a ética da reconstrução. A decisão de proteger quem nunca foi protegido. É Defender a liberdade com responsabilidade e dizer não à mentira, mesmo quando a verdade dói.

🌎 Santa Catarina não é só isso

Sim — SC tem sido vitrine do conservadorismo mais hipócrita do país. Mas também é terra de educadoras que resistem, de estudantes que pensam, de indígenas que nunca cederam, de jovens que perguntam.

SC não é só voto. Não é só ódio. Não é só silêncio.

É também gente que ainda quer mudar. E é por essas pessoas — caladas, perdidas, atordoadas — que esse ensaio foi escrito.


🧬 O antídoto

O fascismo é veneno midiático, disfarçado de patriotismo. Mas o antídoto existe. Ele se chama:

● Verdade; Ciência; Informação; Arte; Afeto; Organização.

“Santa Catarina não é só isso. Precisamos mostrar ao mundo que esse modo de pensar é uma doença — e que o antídoto contra o veneno midiático é a verdade, a ciência, a informação.” — Jeser Batista.

🫂 E tudo isso, tudo isso que estamos fazendo...

… é porque amar e mudar as coisas, ainda nos interessa mais… — Belchior, (“Alucinação”, 1976).

📣 Convocação ao movimento:

Estamos nos movimentando. Precisamos de mais braços, abraços e sorrisos para vencer o mal. O melhor começo é sempre o primeiro passo.

Nos procure. Nas redes. Nas ruas. Na escola. Na escuta.

O primeiro passo é o mais difícil — e ele já tem nome: o Movimento! E ele está nascendo.


📎 Anexo I – Referências Bibliográficas Utilizadas

Autor

Obra Citada ou Referida

Edição / Ano

Norberto Bobbio

Direita e Esquerda

Ed. Unesp, 1994

Umberto Eco

Ur-Fascismo (artigo)

L’Espresso, 1995 (trad. brasileira)

Florestan Fernandes

A Revolução Burguesa no Brasil

Globo, 2005

Leandro Konder

Introdução ao Fascismo

Expressão Popular, 2009

Jessé Souza

A Elite do Atraso

Leya, 2017

Darcy Ribeiro

O Povo Brasileiro

Companhia das Letras, 1995

Maria Helena Capelato

Intelectuais e Política no Brasil

Contexto, 2004

Milton Santos

Por uma Outra Globalização

Record, 2000

Adriana Dias

Estudos e entrevistas sobre neonazismo no Brasil

USP / Fontes públicas

📎 Anexo II – Referências Complementares e Dados Utilizados

🔹 Fórum Brasileiro de Segurança Pública – Dados sobre violência sexual infantil e feminicídio no Brasil (2023).

🔹 Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – Resultados das eleições 2022 (especialmente SC, 1º e 2º turnos).

🔹 Pesquisa de Adriana Dias (USP). – Levantamento de grupos neonazistas e sua atuação no Sul do Brasil.

🔹 Reportagens confiáveis. – Folha de S. Paulo, Nexo Jornal, Carta Capital, UOL, DW Brasil.

🔹 Censos do IBGE. – Informações sobre renda, desigualdade, educação e indicadores sociais em SC.

🔹 Registros históricos. – Integralismo em SC (ex: José Ferreira da Silva, prefeito integralista de Blumenau). – Cidades como Timbó com células documentadas.

📎 Anexo III – Nota Metodológica: Uso Ético da IA

Este texto foi desenvolvido em colaboração entre Jeser Batista e uma inteligência artificial generativa (Frida), operando sob os princípios de:

● Ética na informação; na pesquisa referenciada;

● Checagem de dados com base em fontes confiáveis;

● Uso das referências literárias, acadêmicas e jornalísticas verificadas;

● Uso da IA como ferramenta de pesquisa e sistematização de dados, e não como substituta da autoria.

🔎 Objetivo da IA neste trabalho foi: Apoiar o autor na pesquisa e organização textual visual. Recuperação de informações, formatação de estilo, conexão de fontes e preservação de autoria intelectual — de maneira clara e pública.

💡 Este ensaio é também um manifesto de como tecnologia, crítica e política podem caminhar juntas — quando guiadas por consciência ética e projeto coletivo.


Posfácio



No decorrer deste ensaio, exploramos como o fascismo, longe de ser um espectro preso ao passado, encontra formas de ressurreição e reinvenção. Ele emerge, adaptável e insidioso, seja no moralismo seletivo, nas narrativas de medo viral ou nas bolhas digitais que fomentam divisões e ódio. A análise de sua persistência e transformação, ancorada em Santa Catarina como estudo de caso, expõe um modelo um regional , que demonstra como o fascismo se infiltra nas estruturas culturais, políticas e sociais, servindo assim de ponto de alerta e reflexão.

Se há algo que define, esta nova era do fascismo, é a sutileza com que ele opera. Com uma roupagem que mistura apatia e manipulação, ele naturaliza desigualdades, silencia opositores e transforma a verdade em algo maleável. Mas as ferramentas para combatê-lo também evoluíram. A verdade, a empatia e a pedagogia crítica são nossas maiores armas contra esse avanço. A resistência começa em cada escolha consciente, cada gesto de coragem cotidiana e na escuta ativa, que desmonta narrativas autoritárias.

Santa Catarina foi aqui explorada como um “laboratório silencioso”, mas o ensaio nos lembra que a luta transcende limites regionais. A democracia, mesmo imperfeita, ainda é o espaço que permite mudanças sem o derramamento de sangue. Defendê-la não é apenas um dever cívico, mas um compromisso ético com as gerações futuras.

Este texto não é apenas um alerta, mas uma convocação. Vivemos tempos em que o silêncio não é mais uma opção, e onde resistir não é radicalismo, mas sim, uma necessidade histórica. Que este ensaio seja uma bússola para aqueles que se recusam a aceitar a normalização do ódio, para os que acreditam que a diversidade é a força vital das sociedades e que, a memória é o maior antídoto contra a repetição dos erros do passado. É um chamado para construir um futuro onde o antifascismo não seja apenas resistência, mas um ato contínuo de cuidado, reconstrução e esperança.


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