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A pátria dos traidores

  • Foto do escritor: Rey Aragon
    Rey Aragon
  • 15 de jul.
  • 18 min de leitura

Atualizado: 16 de jul.


Julgamento moral, histórico e revolucionário da submissão nacional


Quem trai a pátria não comete um erro — comete um crime contra o futuro. Este ensaio propõe um julgamento moral, histórico e revolucionário dos agentes que, ontem e hoje, sabotam o projeto de soberania do povo brasileiro. Ao nomear figuras, expor estruturas e reivindicar justiça, o texto convida à reconstrução da memória nacional como trincheira contra o esquecimento, a submissão e a impunidade.


A Pátria Não É Deles: por uma ética revolucionária da soberania


Nos últimos anos, a ideia de pátria foi sequestrada — convertida em fetiche por aqueles que traem sua própria gente enquanto ostentam bandeiras e slogans vazios. Camisas verde-amarelas, orações em inglês, armas na cintura e subserviência ao império não são símbolos de patriotismo. São disfarces da traição. A maior vitória dos apátridas não foi entregar nossas riquezas: foi falsificar o próprio sentido da soberania. Mas a pátria não é deles.


Este ensaio nasce da necessidade de recuperar esse nome — pátria — para o povo. Para os que resistem, constroem, cultivam, ensinam e sonham com um país livre, justo e autônomo. A pátria não é um território a ser vendido, nem uma ideia ornamental. É uma ética. Uma fidelidade coletiva. Uma decisão inegociável de que este país pertence ao seu povo, e não ao capital financeiro, às big techs, aos lobbies transnacionais ou aos tribunais ideologicamente instrumentalizados.


Defender a pátria, hoje, é um gesto de ruptura com a lógica colonial e com o mercado que trata o povo como ativo ou cliente. É compreender que não há socialismo sem soberania, nem redistribuição possível com o povo ajoelhado diante do Departamento de Estado ou da Faria Lima. É saber que soberania informacional, energética, alimentar e cognitiva são os novos nomes da luta concreta.


Este ensaio, portanto, é uma denúncia e um chamado. Denúncia contra os que traíram a pátria — figuras históricas e contemporâneas que atuaram como corretores da destruição nacional. Chamado à memória, à responsabilidade e à construção de uma nova ética revolucionária da soberania. Porque a pátria é nossa. E não há mais tempo para hesitação.


QUANDO A PÁTRIA SANGRA



A traição é mais do que um crime; é uma fratura moral na espinha de um povo. Ela não acontece por engano, não se dá no escuro, não é obra do acaso. Traição é escolha. Escolha consciente de se colocar contra o projeto coletivo de um país, de se alinhar com os interesses do invasor, do saqueador, do senhor externo. O traidor não erra: ele decide.


A pátria, ao contrário do que dizem os reacionários de ocasião, não é um fetiche. Não é uma bandeira tremulando no capô de um carro blindado. Não é um hino gritado com ódio enquanto se prega a destruição do próprio povo. A pátria é chão, suor, memória e futuro. É o lugar onde nascem os nossos, onde sangram os nossos, onde lutam os nossos. A pátria é a soma dos corpos e dos sonhos de gerações que, mesmo esmagadas, insistiram em dizer: este território é nosso, este destino é nosso.


E, no entanto, há aqueles que, de dentro da casa, sabotam os alicerces. São rostos familiares, vozes que falam nossa língua, nomes que se fingem de legítimos. Mas eles servem a outros senhores. Não há traição maior do que a que se faz sob o disfarce de patriotismo. A história do Brasil está marcada, desde o início, por esses vultos da infâmia — os Silvérios, os Lacerdas, os Moros, os Bolsonaros. Gente que negocia o destino de milhões como quem fecha contrato em mesa de leilão. Gente que aceita sanção, tarifa, destruição, contanto que sobre algum privilégio para os seus.


A história não é neutra diante dos traidores. No Haiti revolucionário, os colaboracionistas foram sumariamente julgados. Na França ocupada pelos nazistas, foram raspados, expostos e condenados. Na Venezuela, a constituição garante o banimento de quem entrega a soberania ao capital estrangeiro. E no Brasil? No Brasil, o traidor é promovido, eleito, comentado no horário nobre. No Brasil, o traidor se traveste de herói nacional — enquanto destrói estatais, entrega riquezas, sabota políticas públicas e bajula presidentes estrangeiros que nos tratam como colônia.


A traição tem custo. Custa a destruição da indústria nacional, o desmonte da ciência, o abandono da educação, o desemprego em massa. Custa também em sangue: o sangue que escorre nas favelas sem saneamento, nos hospitais sucateados, nos territórios indígenas invadidos, nas periferias onde a fome voltou com a fúria de quem nunca foi embora. Cada decisão tomada por um traidor da pátria reverbera em milhares de ausências. Cada acordo assinado com Washington ou Tel Aviv, com Wall Street ou Davos, é uma punhalada no projeto de autonomia do Brasil.


Este ensaio é um julgamento. Não jurídico, porque o direito convencional falhou — mas histórico, moral, revolucionário. Ele não busca piedade, tampouco consenso. Busca clareza. Busca nomear os que, ontem e hoje, venderam o Brasil em troca de prestígio, poder, blindagem ou lucro. Porque enquanto os traidores seguirem impunes, a soberania seguirá sendo uma palavra vazia.


Se há algo que uma nação que quer se reconstruir precisa fazer, é reconhecer quem está ao seu lado e quem trabalha para seu colapso. Este texto é um memorial contra o esquecimento, um grito contra a normalização da infâmia e uma convocação à justiça — não a dos tribunais corrompidos, mas à justiça popular, pedagógica e soberana.


A pátria não é mercadoria. E quem a vende não é apenas inimigo do povo — é inimigo da própria possibilidade de futuro.


O QUE É A PÁTRIA, E POR QUE ELA IMPORTA



A pátria não é um conceito romântico. Não é um sentimento difuso que aparece em datas cívicas ou no canto rouco de um hino nacional. Ela tampouco pode ser reduzida à cartografia ou à legalidade do Estado. A pátria é, acima de tudo, uma construção histórica e material. É o espaço onde um povo luta para existir com dignidade. Um corpo coletivo que se forma não apenas pelo solo, mas pela memória, pelo trabalho, pela dor e pelo desejo de autonomia.


Quando se fala em pátria do ponto de vista dos dominadores, fala-se de fronteiras, de mercados, de projeção geopolítica. Mas quando se fala em pátria do ponto de vista do povo, fala-se de comida, fala-se de saúde, fala-se de território, de floresta, de futuro. Fala-se de liberdade concreta: a possibilidade real de um povo viver segundo seus próprios princípios, sob sua própria organização, produzindo sua própria riqueza e defendendo seu próprio destino.


A pátria é o nome político do direito de existir com soberania.

Mas para os que se ajoelham diante do capital estrangeiro, a pátria é um estorvo. Para os que fazem do Estado um balcão de negócios, a pátria é uma empresa em liquidação. Para os que vendem reservas de petróleo, destroem universidades, atacam a cultura, sabotam a indústria, sucateiam a saúde pública e entregam dados da população a potências externas, a pátria é apenas um obstáculo ao lucro. Um atraso.


É por isso que a definição da pátria importa. Porque se não soubermos o que ela é, qualquer um poderá se disfarçar de patriota enquanto comete traição. O bolsonarismo, por exemplo, sequestrou a linguagem da pátria para legitimar um projeto antinacional. Falaram em Deus, família, Brasil — enquanto destruíam o SUS, entregavam o pré-sal, desmontavam a soberania alimentar e negociavam a Amazônia como ativo financeiro. É o velho truque dos tiranos: vestir-se com a pele da nação enquanto cravam nela os dentes do inimigo.


Nas revoluções populares, a pátria sempre teve outro nome: trincheira. Bolívar chamava de pátria a possibilidade de um povo ser dono de seu próprio destino. Fanon entendia a pátria como o campo de batalha contra a desumanização colonial. Prestes viveu a pátria como a luta por justiça social em um país que sempre foi negado à maioria. Guevara dizia que “a pátria é a humanidade” — mas uma humanidade liberta do imperialismo. Nenhum deles confundia pátria com passividade. A pátria, para todos eles, era luta.


E hoje, em tempos de guerra híbrida, em tempos de espionagem, sabotagem jurídica, lawfare, cooptação algorítmica, tarifas assassinas e vigilância cibernética, a pátria é ainda mais concreta: é a última barreira entre a existência autônoma de um povo e a sua completa transformação em ativo financeiro. É o que separa o povo de ser tratado como cliente, colônia ou experimento.


É também por isso que o Nordeste ressurge como coração da pátria e não apenas como região — mas como nação em si mesma. Território de resistência histórica, o Nordeste não apenas sobreviveu à fome, à seca e ao abandono planejado, como reinventou formas de organização popular, cultura solidária e identidade coletiva. A Confederação do Equador, em 1824, já anunciava esse gesto de autonomia: um levante republicano, radical e anticolonial contra o poder central escravocrata e imperial. Naquele momento, o Nordeste se rebelava não apenas contra a tirania de um regime, mas contra a própria lógica de submissão colonial que moldava o Brasil. E hoje, diante de novas formas de domínio — digitais, jurídicas, algorítmicas — essa chama volta a arder. O Nordeste, antes invisibilizado, hoje se ergue como símbolo da possibilidade concreta de uma pátria popular, soberana, e construída desde baixo.

Por isso, defender a pátria é defender o povo. E trair a pátria é trair o povo. Quem age contra o interesse nacional — sabotando sua soberania, sua ciência, sua cultura, sua autonomia — não está em “disputa ideológica”: está em guerra contra o próprio país. É agente de ocupação. É soldado do capital estrangeiro. É, na essência, um traidor.


E aqui não cabe relativismo. O nome disso é infâmia.


A ANATOMIA DA TRAIÇÃO À PÁTRIA



Traição à pátria não é figura de linguagem. Não é exagero retórico, nem expressão de descontentamento político. É um fato objetivo, uma posição política concreta, uma prática criminosa — mesmo que nem sempre tipificada com a gravidade que merece no ordenamento jurídico brasileiro. E é justamente por isso que precisa ser teorizada com rigor e denunciada com veemência: porque o traidor não é apenas um adversário, mas um inimigo interno. Um colaborador do saque. Um operador do desmonte. Um articulador da subordinação.

A traição à pátria assume muitas formas:

 — Pode vir com um terno e um contrato de privatização;— pode vir com uma caneta de juiz que destrói a economia em nome de uma guerra de narrativas;— pode vir com a assinatura de um tratado que amarra o país a regras escritas fora de suas fronteiras;— pode vir com o silêncio cúmplice diante de tarifas hostis que sabotam a produção nacional; — pode vir, enfim, com uma postagem no X aplaudindo a entrega do Brasil ao império.

Mas em todas as suas formas, a traição tem um traço comum: ela atenta contra a soberania popular.


1. Perspectiva Ética: A Ruína do Elo Comum


Do ponto de vista ético, a traição à pátria é a quebra deliberada do elo fundamental de solidariedade entre os membros de uma coletividade. Trair a pátria é, portanto, abandonar a responsabilidade moral de proteger a vida, os direitos e os recursos do povo ao qual se pertence. É escolher o privilégio sobre o povo. É servir ao capital sobre o cuidado. É matar, lenta e metodicamente, os laços que sustentam uma sociedade possível.


2. Perspectiva Jurídica: O Direito que Falha e se Omite


A Constituição Brasileira prevê, em seu artigo 5º, que a soberania é um dos fundamentos do Estado. E a Lei nº 7.170/1983 (Lei de Segurança Nacional) — em vigor até recentemente — tratava de crimes como atentado à soberania nacional, espionagem, colaboração com o inimigo. No entanto, o direito brasileiro nunca enfrentou com seriedade os traidores da alta classe dominante. O Judiciário brasileiro pune o pobre que fura fila de benefício, mas absolve os que vendem o país à Chevron.


Em países como a China, o Irã, a Rússia, Cuba, Coreia Popular e mesmo os Estados Unidos, a traição nacional é tratada como crime de guerra — e punida, em muitos casos, com prisão perpétua ou pena capital. Nos EUA, figuras como Edward Snowden ou Chelsea Manning, por muito menos, foram perseguidos como "traidores" por exporem abusos do Estado. Já no Brasil, quem entrega dados do Censo à Microsoft, quem negocia jazidas com petroleiras estrangeiras, quem entrega plataformas digitais à CIA, senta-se à mesa do poder e recebe condecorações.


Essa assimetria entre o crime cometido e a ausência de punição real é parte da engenharia da dominação. Porque em regimes de colonialidade, o traidor é útil — e por isso, preservado.


3. Perspectiva Revolucionária: A Inexistência do Perdão


Do ponto de vista revolucionário, não há anistia para traidores da pátria. Não há neutralidade diante da destruição. A Revolução Francesa julgou e executou nobres traidores. A Revolução Haitiana exterminou os colaboracionistas. Os soviéticos de 1917 expulsaram a aristocracia que traiu o povo durante a guerra. Mesmo a Revolução Cubana tratou com rigor seus sabotadores internos. O revolucionário entende que quem rompe o pacto de lealdade com o povo não pode mais estar entre o povo. A traição é uma linha sem volta.


4. Perspectiva da Guerra: O Inimigo Interno é o Mais Perigoso


Nas guerras convencionais, o inimigo é externo. Mas na guerra híbrida — a que vivemos hoje — o traidor está por dentro. Ele controla plataformas digitais, redações jornalísticas, cadeiras no STF, ministérios inteiros. Ele ataca a soberania não com tanques, mas com pareceres técnicos, relatórios de risco, reformas administrativas, memes e algoritmos.

O traidor moderno é um agente do capital transnacional disfarçado de “liberal responsável”. Ele fala em “otimização do gasto público” enquanto destrói a capacidade do Estado de proteger o povo. Ele diz que “é preciso modernizar” enquanto entrega os dados da população brasileira a consórcios privados globais. Ele se diz “realista” enquanto normaliza a subordinação ao dólar, à Bolsa de Nova York e às vontades do Departamento de Estado dos EUA.


Na guerra híbrida do século XXI, a traição não opera apenas por meio de decretos, conluios ou sabotagens institucionais. Ela se infiltra também nos fluxos invisíveis da informação, nas redes sociais, nos algoritmos de ranqueamento, nos sistemas de vigilância que moldam a opinião pública. Hoje, Facebook, Google, X, Instagram e YouTube são operadores centrais da nova forma de subordinação colonial: definem o que é visível, quem é legítimo, o que é cancelado, o que viraliza. Os traidores da pátria contam com esses mecanismos para manipular a narrativa, blindar seus crimes e anestesiar o senso crítico do povo. A guerra pela soberania passa, portanto, pela disputa da infraestrutura cognitiva. E quem entrega o controle dessas plataformas a interesses estrangeiros não apenas trai o país — trai a possibilidade de o povo pensar por si.


5. Perspectiva da Autonomia: O Fim da Liberdade de um Povo


Toda traição converge para o mesmo fim: o fim da autonomia. Um povo sem soberania alimentar, energética, informacional, cognitiva, territorial, não é um povo — é um mercado cativo. É um conjunto de consumidores sem Estado, sem projeto e sem futuro. O traidor sabe disso. Ele trabalha para isso. Ele lucra com isso.

E é por isso que não se pode tratá-lo com condescendência. Ele não é equivocado. Ele não é “de direita”. Ele não é “liberal”. Ele é, essencialmente, um colaborador do saque. Um inimigo do povo. Um criminoso de Estado.


JULGAMENTO HISTÓRICO DOS TRAIDORES BRASILEIROS



A traição, como ensinou Walter Benjamin, só pode ser julgada do ponto de vista dos vencidos. É a partir do chão do povo, do abandono das periferias, da fome nos lares, do corte na ciência, do leilão dos rios, da destruição das políticas públicas, que se revela o traidor. Ele não aparece como monstro. Ele aparece como gestor, como juiz, como “homem sério”. Mas sua obra é sempre a mesma: a ruína da soberania nacional.


Este capítulo não será indulgente. Ele nomeia. Ele acusa. Ele prova. Porque a traição à pátria é concreta — e a história exige justiça.


1. SILVÉRIO DOS REIS – O NOME INAUGURAL DA INFÂMIA


Símbolo fundador do traidor nacional. Quando a Inconfidência Mineira ousou sonhar com soberania, Silvério vendeu seus companheiros em troca de perdão de dívidas com a Coroa Portuguesa. Era um empresário endividado que escolheu a fidelidade aos colonizadores, e não ao projeto de liberdade.


Sua figura está no DNA do colaboracionismo brasileiro: o sujeito que, por interesse pessoal, condena o país à submissão. Não por ignorância — por cálculo. Ele sobrevive, o povo morre. Ele é perdoado, Tiradentes é enforcado.


2. SÉRGIO MORO – O JUIZ QUE ENTREGOU O PAÍS AO IMPÉRIO


Nenhuma figura recente encarna com tanta perfeição o traidor de toga quanto Sérgio Moro. Não apenas pela manipulação criminosa de processos judiciais contra Lula — mas pelo papel geopolítico que desempenhou como operador da guerra jurídica contra o Brasil.


Com o álibi do “combate à corrupção”, Moro destruiu cadeias produtivas inteiras, atacou a engenharia nacional, quebrou a Petrobras, entregou informações sensíveis a agências estrangeiras e viabilizou, como consequência direta, a eleição de Jair Bolsonaro — de quem viria a ser ministro, em um arranjo torpe e descarado.


Moro não errou. Ele executou uma missão. Foi um dos rostos civis da ocupação informacional, jurídica e econômica do Brasil. Um agente do lawfare, braço técnico da guerra híbrida.


3. A FAMÍLIA BOLSONARO – O CLÃ DA TRAIÇÃO ORGANIZADA


Jair Bolsonaro não foi apenas incompetente. Ele foi deliberadamente hostil à ideia de Brasil enquanto projeto soberano.


— Fez alianças com Steve Bannon, Benjamin Netanyahu e Donald Trump para sabotar a democracia brasileira.

— Entregou dados populacionais, recursos ambientais e plataformas digitais à vigilância internacional.

— Ridicularizou a ciência, abandonou a saúde pública e saboreou a fome como castigo aos “inimigos”.


Eduardo Bolsonaro, o “chanceler paralelo”, é talvez o mais explícito operador da subordinação:


— Entusiasta do trumpismo e da extrema-direita global, sabotou acordos do Itamaraty, destruiu pontes com países estratégicos, agiu como agente norte-americano em solo nacional.

— Participou de eventos que defendiam intervenção militar, ruptura democrática e guerra cultural antinacional. O grande operador politico do ataque tarifário do Trump ao Brasil. 


Flávio Bolsonaro, operador das milícias, é o elo econômico da destruição: envolvido em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, e sustentação de estruturas criminosas que prejudicam o povo trabalhador. Ao mesmo tempo, defende a entrega do patrimônio público ao capital privado.


Juntos, esse clã constitui o núcleo mais destrutivo da soberania brasileira no século XXI. Não representam o Brasil — representam seu espólio.


4. TARCÍSIO DE FREITAS E OS EMPRESÁRIOS ENTREGUISTAS – OS GESTORES DO SAQUE


Engenheiro do desmonte da infraestrutura brasileira durante o governo Bolsonaro e hoje governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas simboliza a nova geração de tecnocratas que operam o Estado como corretora do capital estrangeiro. Sob a fachada da “eficiência”, vendeu portos, ferrovias, rodovias, refinarias e ativos estratégicos do povo brasileiro.


Sua atuação não é neutra — é militante do entreguismo. Tarcísio representa o “Brasil-ponte” entre o saque e o silêncio institucional, entre a liquidação e o servilismo.


Por trás dele, estão os grupos econômicos que lucraram com a desgraça nacional: bancos de investimento, fundos de pensão estrangeiros, consórcios multinacionais e empresários que financiaram o bolsonarismo enquanto davam entrevistas sobre “liberdade econômica”. Estes empresários, que hoje se calam diante do tarifaço de Trump, são cúmplices. Sabem o que fizeram — e seguem fazendo.


A traição dessa elite não é episódica. É estrutural. São os Silvérios de paletó Armani, sempre prontos para vender a pátria ao próximo império — desde que sejam bem pagos por isso.


Esses nomes não pertencem ao passado. Estão vivos, operando, influentes. E enquanto não forem julgados, condenados e expulsos da vida pública, o Brasil seguirá prisioneiro de seus algozes.


Eles não são adversários políticos.

Eles são inimigos da soberania nacional.


A LEI, O JULGAMENTO E A JUSTIÇA: O QUE FAZER COM OS TRAIDORES DA PÁTRIA


Uma pátria traída exige mais do que indignação: exige justiça. Mas justiça, aqui, não no sentido ornamental que o sistema costuma oferecer — aquela justiça que pune o pobre por sobrevivência, mas absolve o poderoso por destruição. Justiça, neste ensaio, é outra coisa. É o nome que damos à reparação histórica. É o acerto de contas entre um povo e seus algozes. É a resposta pedagógica que diz: jamais será natural trair o país.


O Brasil é uma anomalia jurídica quando se trata de defender sua soberania. Não há em nossa Constituição — nem mesmo no código penal militar ou civil — dispositivos eficazes e aplicáveis para julgar, condenar e punir traidores da pátria em tempos de guerra híbrida, lawfare e desinformação massiva. A ideia de “crime de traição” parece pertencer a outros tempos. E de fato pertence — mas apenas na nossa ordem jurídica. No mundo real, ele segue sendo tratado com a gravidade que merece.


Nos Estados Unidos, a Constituição define traição como “dar ajuda ou conforto a inimigos da nação em tempos de guerra”. Ainda que usada com seletividade, a figura jurídica existe e tem força simbólica. Nos países socialistas ou em transição socialista — como China, Coreia Popular, Cuba, Vietnã — a traição à pátria é crime de Estado. Em tempos de guerra ou sabotagem estratégica, pode ser punida com prisão perpétua ou pena capital. No Irã, quem colaborar com potências estrangeiras contra os interesses nacionais responde por “corrupção na Terra” — o crime mais grave do ordenamento. Na Venezuela, o artigo 138 da Constituição declara nulo todo ato que atente contra a soberania — e permite a responsabilização pessoal de quem o pratica.


No Brasil, por outro lado, Sérgio Moro segue impune, o clã Bolsonaro continua fazendo política em rede, e empresários que traíram o país com apoio ao golpe, ao desmonte e à entrega seguem milionários — intocados, blindados e, em muitos casos, ainda premiados.


Esse vácuo jurídico não é acidental. É parte da engenharia colonial que construiu nosso Estado. A elite que governa o Brasil desde 1500 nunca quis criminalizar a traição, porque vive dela. Ela sempre preferiu criminalizar o povo: os quilombolas, os sem-terra, os indígenas, os estudantes, os jornalistas, os líderes sindicais. Esses, sim, enfrentam o sistema penal. Os vendilhões da pátria não. Eles sentam-se nos conselhos administrativos das estatais, nos coquetéis de embaixada, nas colunas de opinião da grande imprensa.


Mas o fato de o direito não punir não significa que o povo não deva fazê-lo. Há outras formas de justiça. Há o tribunal da memória histórica. Há o julgamento pedagógico das escolas, das universidades, dos sindicatos, dos movimentos populares. Há o ostracismo moral, a deslegitimação pública, a denúncia permanente. Há o direito à verdade como instrumento de reorganização da consciência nacional.


Mais do que isso: o Brasil precisa urgentemente criar uma Lei da Soberania Nacional — um instrumento constitucional que tipifique como crimes contra o povo os atos de sabotagem econômica, colaboração com potências estrangeiras, desmonte de políticas públicas estratégicas, entrega de dados nacionais, destruição de ativos estatais, ataques à ciência e cumplicidade com agressões comerciais ou territoriais. Essa lei precisa estabelecer penas exemplares, não como forma de vingança, mas como política de defesa popular.


E precisa incluir também a figura do agente antinacional: aquele que, mesmo ocupando função pública, atua sistematicamente contra os interesses do povo brasileiro. Esse agente deve ser exonerado, processado, responsabilizado e impedido de ocupar cargos públicos. Sua atuação deve ser registrada como traição histórica — e jamais esquecida.


A justiça popular não é linchamento. É pedagogia. É memória com responsabilidade. É o mecanismo pelo qual uma geração protege as próximas da repetição da submissão. É a forma mais elevada de soberania democrática.


Porque onde o Estado se cala, o povo tem o dever de falar.


A PÁTRIA NÃO É DELES: POR UMA ÉTICA REVOLUCIONÁRIA DA SOBERANIA



A maior vitória dos traidores da pátria não foi vender nossas riquezas. Foi sequestrar o imaginário da soberania. Nos últimos anos, a ideia de patriotismo foi reduzida a uma caricatura grotesca: camisa verde-amarela, oração em inglês, arma na cintura e subserviência a Washington. Tornou-se linguagem da mentira. Mas a pátria não é deles.


O Brasil não é uma bandeira. É um povo. Um povo que construiu cada palmo de chão com sangue, suor e silêncios forçados. Um povo que resiste desde os navios negreiros, passando pelos massacres no sertão, pela tortura nos porões da ditadura, pelas favelas sitiadas, pelas escolas sucateadas. Um povo que sobreviveu a governos, golpes, dívidas, planos, chantagens, inflação e fome. Esse povo não deve nada a quem o traiu. Deve a si — a chance de reconstruir a soberania.


A esquerda, os movimentos populares, os trabalhadores e trabalhadoras desse país precisam retomar para si o nome pátria. Ele não pode ser um emblema da extrema-direita, nem um termo deixado de lado por medo de parecer conservador. Patriotismo não é alinhamento ideológico — é compromisso com o povo. É entender que não há socialismo possível sem soberania. Que não há redistribuição sem território. Que não há projeto de país com o povo ajoelhado diante de think tanks norte-americanos, plataformas de desinformação ou lobbies empresariais transnacionais.


A ética revolucionária da soberania começa com um princípio simples: o Brasil pertence ao povo brasileiro. Não ao capital financeiro. Não à Faria Lima. Não ao Departamento de Estado dos Estados Unidos. Não às plataformas digitais que decidem o que o povo pode ou não dizer, comprar ou pensar. O Brasil não é colônia de ninguém. E quem age como corretor da pátria deve ser expulso da história com o rigor que se reserva aos que pisam no que é sagrado.


Essa ética exige responsabilidade histórica. Porque não há soberania sem memória. É preciso ensinar o nome dos traidores em cada escola, em cada sindicato, em cada sala de aula de história. Não como vingança, mas como antídoto. Para que o povo aprenda que há coisas que não se perdoam. E que uma nação que deseja existir precisa proteger-se dos que desejam reduzi-la a ativo negociável.


A ética da soberania não é um capricho. É uma política de sobrevivência. Em tempos de guerra híbrida, de manipulação algorítmica, de dependência tecnológica, de espionagem comercial e de chantagem fiscal, proteger o país é proteger o povo. Soberania informacional, soberania alimentar, soberania energética, soberania cognitiva: esses são os nomes contemporâneos da pátria. A revolução começa aí. Na recusa a ser gerido por fora. Na coragem de existir como povo autônomo. Na determinação de não se deixar vender — por ninguém, sob nenhum pretexto.


Eles podem ter se apossado da linguagem. Mas não têm a legitimidade. Não têm o povo. Não têm a história. Não têm a pátria.


A pátria é nossa. E defender a pátria, hoje, é um gesto radical. Um gesto de ruptura com a ordem da submissão. Um gesto de fidelidade a um povo que já sangrou demais por conta da covardia dos seus falsos representantes.


NÓS SOMOS O POVO, NÓS SOMOS A PÁTRIA



A pátria não é uma ficção criada por decretos. Ela é feita de gente, de chão, de memória e de luta. É feita da costureira que sustenta três filhos com salário mínimo. Do lavrador que enfrenta o agrotóxico e a seca. Do estudante que cruza horas de ônibus para chegar à universidade. Do povo preto e periférico que sobrevive a uma política pública que o quer exterminar. A pátria somos nós.


E é exatamente por isso que os traidores da pátria são tão perigosos. Porque eles não entregam somente pedaços de território ou cifras de orçamento. Eles entregam a alma coletiva de um povo inteiro. Vendem não apenas estatais, mas o futuro. E não o fazem por engano. O fazem com método, com projeto, com convicção — a convicção de que o Brasil deve ser colônia para sempre, laboratório do capital, depósito de recursos e de gente barata. Um país onde o povo é silenciado, infantilizado, enganado, e seus algozes são aplaudidos em jantares patrocinados.


Este ensaio foi um julgamento. Mas mais que isso: foi um chamado. Porque quem ainda tem pátria, não pode tolerar a sua destruição como se fosse uma divergência de opinião. A neutralidade diante da traição é cumplicidade. O esquecimento é rendição. E o perdão, nesses casos, é uma forma disfarçada de covardia.


É preciso organizar a memória nacional como trincheira. Nomear os traidores. Lembrar suas ações. Legislar contra seus métodos. Expulsá-los do espaço político. Isolá-los moralmente. Inviabilizá-los como força histórica. Não por vingança — mas por justiça. Porque uma nação que não pune seus traidores está fadada a ser traída para sempre.


E é por isso que precisamos dizer, com todas as letras:

— Nós somos o povo.

— Nós somos a pátria.

— E não aceitaremos mais ser governados por quem quer nos entregar.


Se o Brasil ainda tem futuro, ele começa com um ato radical de soberania: o repúdio absoluto aos vendilhões da pátria.

Eles devem ser derrotados, julgados e banidos da história.

Só assim o povo poderá, enfim, escrever a sua.


A pátria não morre. Mas exige, sim, que os traidores sejam sepultados — política, histórica e moralmente.


Para que nunca mais, em nome da liberdade, se legitime a submissão.

Para que nunca mais, em nome do progresso, se aceite o saque.

Para que nunca mais, em nome do Brasil, se destrua o Brasil.


A pátria é nossa. E ela está viva.

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