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Jader Gama propõe uma internet amazônica contra a colonização digital das big techs

  • Foto do escritor: Atitude Popular
    Atitude Popular
  • 11 de mai.
  • 2 min de leitura

No programa Democracia no Ar, educador denuncia apagamento de saberes originários e defende redes autônomas a partir do protagonismo das comunidades


O educador e pesquisador Jader Gama, criador do projeto Plantaformas Amazônicas, foi o convidado do programa Democracia no Ar, da TV Atitude Popular. Em uma conversa atravessada por ancestralidade, ecologia e crítica estrutural, Jader fez um alerta incisivo sobre os riscos da colonização digital promovida pelas big techs e apresentou propostas concretas para uma internet enraizada nas territorialidades da Amazônia.

“Há uma colonialidade profunda no modo como a tecnologia chega aos nossos territórios. Ela não é neutra, ela carrega um projeto de dominação”,

afirmou Jader, ao denunciar a lógica extrativista que transforma dados, corpos e florestas em mercadoria. Segundo ele, as big techs operam como novos agentes coloniais, apagando saberes tradicionais e substituindo formas de comunicação comunitária por algoritmos exógenos e opacos.

Jader explicou que o projeto Plantaformas Amazônicas nasceu do desejo de criar infraestruturas tecnopolíticas próprias, que respeitem a memória, a cosmovisão e os ritmos das populações originárias e periféricas.

“É preciso hackear a ideia de plataforma. A nossa plantaforma é uma raiz que se conecta, que compartilha alimento, que cuida do território. Ela não extrai, ela nutre.”

A entrevista percorreu diferentes camadas de análise, da crítica à inteligência artificial racista à denúncia do apagamento de vozes amazônicas no debate digital global. “Quando falam em ‘inclusão digital’, é sempre para nos incluir num sistema que já está pronto, que já está capturado. A gente quer é construir outro sistema, com outras lógicas, outros valores”, disse.

O pesquisador também defendeu a construção de redes locais de comunicação, com autonomia energética e servidores comunitários.

“A floresta sempre teve rede, só que era de tambor, de canto, de pajé. A tecnologia precisa se adaptar à floresta, e não o contrário”, provocou, chamando atenção para os limites dos modelos ocidentais de conectividade.

Ao lado dos apresentadores Sara Goes e Reynaldo Aragon, Jader criticou a ausência de políticas públicas estruturantes para comunicação comunitária e soberania digital. “O governo ainda pensa a tecnologia como infraestrutura econômica, quando deveria pensar como território simbólico. Quem controla o fluxo de informação, controla o futuro.”

Encerrando a entrevista, Jader afirmou que plantar redes é também plantar esperança:

“O futuro da Amazônia não está nos cabos submarinos nem nos data centers da Microsoft. Está na memória viva dos povos, no som do maracá, no brilho do açaí e no sonho de uma internet que respeite a vida.”


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