Julio Pegna expõe bastidores da manipulação digital e alerta para erosão da soberania

Atitude Popular
16 de jul.
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Em entrevista ao programa Democracia no Ar, economista analisa uso político da inteligência artificial e dos memes nas campanhas de desinformação

O programa Democracia no Ar recebeu o economista e publicitário Julio Pegna, especialista em processos eleitorais e mídias sociais, para uma análise contundente sobre os mecanismos digitais usados na manipulação da opinião pública. Segundo ele, a inteligência artificial e os memes se tornaram armas estratégicas para destruir reputações, fabricar consensos e enfraquecer a soberania nacional.

Pegna alertou que o Brasil vive uma guerra invisível, travada nos algoritmos e nas redes sociais, em que plataformas estrangeiras controlam a circulação de informações e moldam o comportamento político dos usuários.

“A gente está há décadas nas mãos dessas grandes empresas americanas, recebendo passivamente as instruções que elas mandam”, afirmou, ao comentar a submissão do país às big techs.

Para o economista, episódios como a tentativa de sabotagem do Pix, promovida por Donald Trump, são apenas a superfície de uma disputa mais ampla pelo controle dos fluxos de dados e pela arquitetura da infraestrutura digital. Ele ressaltou que países como Rússia e Índia obrigam empresas estrangeiras a operarem com data centers locais, enquanto o Brasil ainda armazena informações sensíveis em servidores fora do território nacional.

Pegna defendeu a reapropriação popular das tecnologias digitais e cobrou maior organização das forças progressistas no uso estratégico das redes.

“Nossa função como base é nos reapropriarmos da técnica, construir ferramentas e metodologias que nos sirvam”, disse, ao elogiar o uso recente de IA, vídeos curtos e apelidos virais para denunciar parlamentares e disputar a narrativa pública.

Ao final da entrevista, o economista destacou que a extrema direita, apesar do desgaste, ainda mantém forte articulação internacional e capacidade de reação. Para enfrentá-la, segundo ele, será necessário combinar mobilização de rua, inteligência digital e uma estratégia clara de reconstrução da soberania comunicacional.