Ricardo Cappelli diz que militares tentaram “implodir a República” e defende punição sem anistia aos golpistas
- Atitude Popular
- 9 de jul.
- 2 min de leitura
No Democracia no Ar, ex-interventor da segurança do DF afirma que 8 de janeiro foi parte de uma tentativa de golpe articulada por setores das Forças Armadas e que o país só estará seguro quando a democracia deixar de ser tutelada
O jornalista e ex-interventor da Segurança Pública no Distrito Federal, Ricardo Cappelli, foi o entrevistado do programa Democracia no Ar, da TV Atitude Popular. Autor do livro O 8 de Janeiro que o Brasil não viu, Cappelli apresentou detalhes inéditos sobre os bastidores da tentativa de golpe e afirmou, com todas as letras, que setores militares queriam implodir a República.
“O 8 de janeiro não foi um protesto que saiu do controle. Foi uma tentativa de ruptura institucional planejada por dentro do Estado”, afirmou Cappelli, que assumiu a segurança do DF a pedido do presidente Lula logo após os ataques às sedes dos Três Poderes. Para ele, a linha golpista foi construída em camadas, com apoio de segmentos da Polícia Militar, do Exército e de núcleos bolsonaristas infiltrados no aparato estatal.
Durante a entrevista conduzida por Sara Goes e comentada por Reynaldo Aragon, Cappelli defendeu que o país só estará seguro quando romper definitivamente com a tutela militar sobre a democracia. “A república brasileira ainda é um híbrido, marcada pela herança da ditadura. Precisamos encerrar esse ciclo. A democracia não pode continuar refém de quartel.”
Ao tratar do papel das Forças Armadas, Cappelli foi incisivo:
“Havia generais que queriam usar a força contra o povo. Não conseguiram porque faltou liderança unificada, mas o desejo existia. E se houvesse apoio internacional, talvez tivessem avançado”.
Cappelli também criticou o discurso da conciliação que ganha espaço em parte da sociedade:
“Sem justiça, não há estabilidade. O Brasil já viu esse filme antes. Anistiar agora é sinalizar que o crime compensa. Precisamos punir exemplarmente os responsáveis, inclusive os que vestem farda.”
Questionado sobre as medidas preventivas adotadas pelo governo Lula, ele elogiou a atuação do presidente, mas alertou para os riscos de subestimar a guerra informacional:
“O golpe não acabou. Ele muda de forma. Sai da rua e vai para o algoritmo. Quem pensa que o perigo passou está cometendo um erro grave.”
Reynaldo Aragon destacou o papel simbólico do livro de Cappelli como documento histórico de enfrentamento ao negacionismo.
“É a narrativa de quem viu por dentro. E também uma denúncia contra o silêncio que alguns ainda tentam impor”, afirmou.
Ao final da entrevista, Cappelli deixou um recado direto:
“O Brasil precisa de memória, verdade e justiça. Se não enfrentarmos esse passado recente com coragem, ele vai nos assombrar de novo.”
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