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Viaro alerta para o avanço da estética bolsonarista e critica omissão da esquerda diante da guerra simbólica

  • Foto do escritor: Atitude Popular
    Atitude Popular
  • 30 de abr.
  • 2 min de leitura

No programa Democracia no Ar, historiador denuncia o culto à dor como estratégia de comunicação da extrema direita e afirma que a pauta moral venceu a luta de classes

O historiador e professor Viaro, colaborador do Diário do Centro do Mundo, foi o convidado do programa Democracia no Ar, da TV Atitude Popular, para discutir o uso estratégico da dor, da estética grotesca e do messianismo pela extrema direita brasileira. Com sua linguagem direta e sem concessões, Viaro afirmou que a esquerda ainda subestima a dimensão simbólica da política, ignorando o impacto das sensações, dos afetos e do espetáculo no imaginário popular.

“Os alertas não funcionam”, lamentou. “Continuam achando que falar de evangélico, de coach, de Brasil Paralelo é irrelevante. Mas é aí que o inimigo está vencendo.” Segundo ele, a esquerda insiste em acreditar que política se resolve apenas com pauta econômica e luta de classes, recusando-se a compreender o fenômeno bolsonarista em suas camadas emocionais e simbólicas.

Para Viaro, Bolsonaro não é um político tradicional, mas uma entidade messiânica construída em torno do sofrimento e da rejeição à política. A retirada da sonda gástrica, filmada e divulgada em vídeo, seria apenas mais um episódio na manutenção dessa narrativa de martírio.

“O bolsonarismo não mobiliza com base em propostas, mas em fé. Não é um projeto político, é um culto”, disse.

Ele destacou que essa engrenagem emocional funciona porque fala diretamente a uma parcela da população que tem repulsa à política tradicional. “Não adianta melhorar a cesta básica. Esse público acredita que a melhora veio de Deus, não do governo. E vai esperar o ‘escolhido’ para votar de novo”, afirmou, em referência à base bolsonarista.

Viaro também criticou duramente a composição do grupo de diálogo com evangélicos formado após a eleição de Lula. Para ele, o governo ignorou pastores e teólogos progressistas que realmente colocaram o corpo na campanha, como Sérgio Dozilek, Ricardo Gondim e Caio Fábio.

“Eles sangraram pela vitória, perderam fiéis, perderam empregos. E não foram chamados”, denunciou.

Durante o programa, os apresentadores Sara Goes e Reynaldo Aragon reforçaram a tese de que a estética política da extrema direita, embora grotesca, tem sido eficaz.

“O Bolsonaro se sustenta na escatologia, na performance do sofrimento. Ele entende a lógica do espetáculo, enquanto Lula, por exemplo, evita se mostrar fragilizado”, comentou Reynaldo.

Viaro concluiu com um chamado à reorganização das forças progressistas:

“Se a extrema direita ocupa corações e mentes com memes, pastores e coaches, não é com tese de doutorado que a gente vai disputar. É com narrativas vivas, com humor afiado e com quem viveu a dor de verdade.”

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