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Éden Cardim critica entrega de dados nacionais a big techs e compara projeto de Haddad a uma base militar estrangeira

  • Foto do escritor: Atitude Popular
    Atitude Popular
  • 7 de mai.
  • 2 min de leitura

No Democracia no Ar, cientista da computação denuncia risco de colonização digital e alerta para o papel dos dados como arma estratégica na guerra informacional

O programa Democracia no Ar, transmitido pela TV Atitude Popular, recebeu o cientista da computação e jornalista de dados Éden Cardim para discutir os riscos da atual política de infraestrutura digital no Brasil. Ao lado dos apresentadores Sara Goes e Reinaldo Aragon, Cardim analisou a recente viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aos Estados Unidos, onde buscou parcerias com big techs para a instalação de data centers em território nacional.

Segundo o entrevistado, a medida pode comprometer de forma profunda a soberania informacional brasileira.

“É como instalar uma base militar dos Estados Unidos dentro do Brasil. Não é exagero. Estamos entregando a infraestrutura estratégica do Estado para corporações que operam contra a democracia”, afirmou.

Durante a entrevista, Cardim explicou que os data centers são estruturas físicas que armazenam e processam enormes volumes de dados. Quando controlados por empresas estrangeiras, esses centros passam a operar fora da jurisdição nacional, permitindo que informações sensíveis do povo brasileiro e do próprio governo sejam mineradas, vendidas e manipuladas sem qualquer controle público.

“O dado virou o novo ouro, e o Brasil está vendendo sua mina antes de saber escavar”, disse Reinaldo Aragon, que também é coautor de um artigo publicado no Brasil 247 com Éden Cardim sobre o tema. No texto, os autores denunciam que o projeto do governo se alinha à lógica neoliberal de terceirização da soberania, repetindo erros históricos sob o disfarce da modernização tecnológica.

Cardim contextualizou a origem da internet como um projeto do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, voltado ao controle militar e à vigilância global. Ele lembrou que o modelo atual de redes e plataformas é herdeiro direto dessa lógica, com coleta de dados em tempo real, modulação de comportamento e vigilância automatizada. “Não é só saber o que você compra, mas como você pensa. É poder moldar desejos e decisões. Isso é poder absoluto”, explicou.

Sara Goes lembrou que o julgamento do núcleo de desinformação do 8 de janeiro, realizado pelo STF na mesma semana da entrevista, comprova a existência de uma guerra híbrida comandada por militares especializados em operações psicológicas. “Muita gente da esquerda ainda trata isso como teoria da conspiração. Mas está tudo documentado: há um esforço articulado de dominação cognitiva, e os dados são a munição dessa guerra”, alertou.

Ao final do programa, a apresentadora leu uma pergunta enviada por uma ouvinte: “Haddad foi ingênuo?” A resposta de Éden Cardim foi incisiva:

“Não é ingenuidade. É a velha crença neoliberal de que se der dinheiro para os ricos, a riqueza escorre para o povo. Isso nunca funcionou. O Brasil precisa de soberania, não de plataformas estrangeiras decidindo o futuro da nossa democracia.”

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